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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Começo

Só não posso mais esconder que a vida anda numa velocidade que não posso definir.
Artur andava lentamente em direção de seu lugar secreto e eu andava de cabeça baixa atrás dele e de vez em quando ele olhava discretamente por cima do ombro para me observar. Seria a primeira vez que ele mostraria o tal “lugar secreto” para alguém.
Chegando lá ele abriu uma porta de madeira num estilo medieval com uma chave no mesmo estilo. Foi engraçado o modo como me olhou, com uma cara de mistério, suspense, sarcasmo e duvida. Todas as outras caras eu podia esperar, mas a de duvida era intrigante.
Artur só me conhecia há um mês, mas ele insistiu em dizer que eu já era cem por cento confiável, e uma amiga admirável. “Ele nunca teve muitos amigos” dizia sua mãe quando a oportunidade de ficarmos sozinhas surgiu “por isso estou muito feliz que ele tenha achado você.” E isto foi tudo, pois Artur logo chegou trazendo os biscoitos.
Artur abriu a porta, virou pra mim e disse: “Bem, eu queria te mostrar o “tal lugar” como você mesma diz, porque é importante que você saiba que, agora, você é tudo pra mim, te considero, mesmo, você sabe que eu não iria mentir.” E depois me olhou com a mais profunda sinceridade. Eu fiquei surpresa, não por olhar afundo e perceber que por trás dos óculos, ele tinha o mais perfeito par de olhos azuis que eu jamais vira, mas pela sinceridade nas palavras dele. Uma lágrima escorreu por meu rosto e eu não pude conter as três que vieram atrás desta. Artur olhou assustado, me abraçou e não disse nada.
Ele pegou minha mão, e sem dizer nem mesmo uma palavra, me levou jardim adentro...

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